segunda-feira, 23 de abril de 2012

PARTICIPAÇÃO DA FERTISA NA CONSTRUÇÃO DO CATETINHO








2.1 Preparativos para a viagem de Araxá a Brasília


Para iniciar a elaboração do presente trabalho, primeiramente recorri a quatro documentos autênticos, recuperados por mim, do arquivo morto da extinta FERTISA, por ocasião de sua incorporação à Companhia Agrícola de Minas Gerais (CAMIG), em outubro de 1958. A meu pedido, esses documentos me foram cedidos pela administração da empresa, evitando sua incineração juntamente com outros considerados prescritos. Conservados em meu acervo particular, de certa forma possibilitaram-me a obtenção de elementos verdadeiros e comprobatórios da participação efetiva dos funcionários da FERTISA na construção do Catetinho. Embora as fontes citadas tenham igual valor histórico, destaco o telegrama original enviado de Belo Horizonte a Araxá, no dia 18 de novembro de 1956.
O telegrama foi expedido pelo diretor presidente da FERTISA, Dr. José Bretas Bhering, endereçado ao Dr. Ivan Carvalho do Amaral,1 engenheiro-residente, responsável pelas obras de construção da Fábrica de Fertilizantes de Araxá. Não obstante este telegrama ter chegado a Araxá um mês após a saída da caravana, a mensagem telegráfica veio apenas oficializar uma autorização que já havia sido transmitida, antecipadamente, por telefone, provavelmente por volta do dia 15 de outubro, pelo próprio Dr. Bhering ao Dr. Ivan. As determinações eram para que fosse preparado e entregue ao engenheiro Roberto Penna,2 com urgência e sem demora, todo o material de construção, os veículos, as máquinas, enfim, tudo mais que o mesmo requisitasse. Deveria ceder também o pessoal que concordasse em ir até Brasília.

Telegrama
Cópia de original do telegrama enviado pela FERTISA, de Belo Horizonte para Araxá, em 18 de novembro 1956.
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Acervo particular de Ahilton Guimarães.


Em outros dois documentos estão relacionados os nomes dos funcionários que seguiram em caravana para Brasília, estes sim, os verdadeiros operários e demais trabalhadores que prestaram sua mão-de-obra na construção do Catetinho. Por fim, o quarto documento enumera os veículos e as máquinas de propriedade da FERTISA integrantes do comboio que partiu de Araxá levando os materiais e os funcionários.
Para facilitar a recomposição da narrativa dos detalhes desse acontecimento, obtive depoimentos orais dos ex-funcionários da FERTISA, Sr. Josué Ferreira da Silva e Sr. Rubens de Lucca, moradores em Araxá. Constam ainda o depoimento oral do técnico em radioamador, Sr. Hélio Augusto Borges e o depoimento escrito do empresário no ramo de madeiras, Sr. José Donaldo Bittencourt, ambos residentes em Araxá e participantes desse episódio. Tais depoimentos foram permeados por outras nuances testemunhadas por mim, quando da convivência no dia-a-dia de trabalho com os funcionários da FERTISA.
Lembro muito bem que, por ocasião da primeira notícia dada aos funcionários pelo Dr. Ivan – no sentido de se prepararem para a viagem até Goiás, onde seria construído um "Palácio de Tábuas", na futura capital do Brasil –, muitos não se sentiram animados e nem tampouco seduzidos pela idéia. No entanto, como já estava programado, o engenheiro civil Roberto Magalhães Penna, integrante do corpo técnico da empresa em Belo Horizonte, veio especialmente a Araxá para comandar a caravana, chegando uns dois ou três dias antes da saída do pessoal para Brasília. Trouxe consigo uma cópia do projeto da edificação, elaborado por Oscar Niemeyer.
Assim, com a vinda do Dr. Roberto, já de todos conhecido e com bons relacionamentos, os funcionários ouviram dele uma explanação geral do que seria feito e de qual era o real significado daquela empreitada. Na ocasião conclamou a todos no sentido de que "topassem a parada", pois aquele acontecimento se transformaria num marco histórico considerado como o símbolo do início da construção da nova capital do Brasil, no sertão de Goiás.
Dr. Roberto explicava com muito entusiasmo que aquele "Palácio de Tábuas" – até então não se falava em Catetinho – na realidade tratava-se de uma "casa" para abrigar o presidente da República por ocasião de suas visitas às obras de construção da futura capital do Brasil, prestes a serem iniciadas, no Planalto Central Goiano. Daí em diante, o ambiente que, até então, era predominado por certo desinteresse e desânimo, foi se transformando num entusiasmo contagiante, motivado pelo espírito alegre, expansivo e encorajador do Dr. Roberto. O seu arrojo e o seu envolvimento com os operários fizeram com que se agilizassem os preparativos para a viagem, de forma coesa e vibrante. Todas as providências tornaram-se prioritárias e urgentes e o que se via era um rebuliço geral, uma vez que a ordem era no sentido de não haver perda de tempo.
Com tudo isso, aqueles simples operários não imaginavam que a história lhes reservara uma missão muito importante, considerada até mesmo uma proeza, levando-se em conta as condições precárias do local onde seria executada a obra e as dificuldades naturais da época em que esse fato aconteceu. Certamente, esse feito muito os orgulharia, pois, no futuro, poderiam contar aos seus filhos e netos e, também, aos seus amigos e familiares que, foram eles, através de suas próprias mãos, que construíram a primeira "casa" de Brasília.
Finalmente, no dia 19 de outubro de 1956, depois de muita correria para preparar os veículos e as máquinas, separar os materiais no almoxarifado, realizar compras, contratar alguns profissionais especializados na praça de Araxá e proceder a arrumação de tudo em apenas quatro dias, a caravana ficou em condições de viajar, tendo sido composta pelos elementos constantes nos itens que se seguem.



2.2 Funcionários da FERTISA que seguiram de Araxá para Brasília


Ao todo, seguiram para Brasília o engenheiro e mais trinta funcionários da FERTISA cujos nomes constam nas duas relações seguintes. Destes, vinte saíram de Araxá em caminhões no dia 19 de outubro de 1956. No dia seguinte, seguiram mais seis funcionários e o engenheiro Roberto Penna em duas caminhonetes e um jipe. Os outros quatro restantes foram de ônibus nos dias 28 e 29 do mesmo mês.


Relação de Funcionários
Cópia de original da primeira relação de funcionários da FERTISA que seguiram de Araxá para Brasília, nos dias 19, 28 e 29 de outubro de 1956. No rodapé, observam-se as assinaturas de: Heliodoro Crisóstomo dos Reis (Chefe de escritório) e Ivan Carvalho do Amaral (Engenheiro residente).
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Acervo particular de Ahilton Guimarães.


Relação de Funcionários
Cópia de original da segunda relação dos funcionários da FERTISA que seguiram de Araxá para Brasília, em 20 outubro de 1956. As assinaturas são as mesmas constantes da primeira relação.
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Acervo particular de Ahilton Guimarães.




2.3 Outros profissionais contratados em Araxá


Para atender às necessidades programadas, foram contratados alguns profissionais especializados na iniciativa privada, em Araxá. Eles se integraram à caravana, a pedido dos engenheiros Ivan Carvalho do Amaral e Roberto Penna. Eis a lista:

NomesProfissão
Antônio Ervi Texeira
Miguel Pereira da Cunha (Miguilim)
bombeiros-encanadores
Agostinho Montandonaviador
Gofredo Giovanni Stefani (Godô)
Hélio Augusto Borges
técnicos em radioamador
Juvelino Alves Bittencourt
José Donaldo Bittencourt
empresários nos ramos de marcenaria,
carpintaria e engenho de serra de madeira


Os dois bombeiros-encanadores eram funcionários da firma de propriedade do Sr. Pedro Costa e trabalhavam na oficina de prestação de serviços hidráulicos que funcionava próximo à estação ferroviária (rua Dom Bosco), ao lado dos trilhos da antiga Rede Mineira de Viação (RMV).
O Sr. Antônio Ervi Teixeira, hoje residente em Goiânia, era irmão do saudoso José Teixeira Reis Filho, o Zizinho, ex-proprietário do antigo Restaurante Socral e, também, do Araxá Palace Hotel. O Sr. Miguel Pereira da Cunha – conhecido popularmente por Miguilim e casado com a Sra. Joana D’Arc Pereira – é aposentado e reside, atualmente, na rua Waldir Fonseca, nº. 108.
O aviador Agostinho Montandon – sobrinho do ex-senador João Jacques Montandon – foi casado com a Sra. Robertina Almeida Castro Montandon e residia na rua Francisco dos Santos, nº. 181. Era filho de José Augusto Montandon e D. Badica. Agostinho foi gerente do Hotel Radio e também das Termas. Infelizmente, faleceu vítima do primeiro acidente aéreo ocorrido em Brasília no dia 02 de fevereiro de 1957, quando sua aeronave fazia uma aterrissagem no pequeno "campo de pouso", localizado ao lado do Catetinho.3 Por ironia do destino, esse aeroporto, construído por Bernardo Sayão, era exatamente aquele que, cerca de três meses antes do acidente, recebera alguns melhoramentos e teve sua pista (de terra) ampliada pelos próprios conterrâneos do Sr. Agostinho. Tais melhoramentos foram executados com as máquinas da FERTISA (trator e patrol), levadas de Araxá.
Ainda sobre este acidente, assim se expressou o escritor Adirson Vasconcelos, ao destacar alguns acontecimentos ocorridos em Brasília no ano de 1957:



"Um avião cesna cai, no mês de fevereiro, matando Augusto Montandon,
um dos idealizadores da construção do Catetinho, e o piloto Termosires Belo.
O desastre ocorre próximo à pista do Catetinho, na operação de pouso."4



O Sr. Hélio conta que, ao retornar a Araxá, num sábado, dia 20 de outubro de 1956, vindo de uma pescaria no rio Urucuia, juntamente com o Godô e outros companheiros, recebeu através de sua mulher um recado deixado pelo Dr. Ivan pedindo sua ida a Goiás.
De imediato, os dois (Hélio e Godô) procuraram o engenheiro e foram informados de que no local onde seria construído o "Palácio de Tábuas" (Fazenda do Gama) não havia nenhum meio de comunicação para dar notícias aos familiares dos operários e das demais pessoas ligadas à obra a ser executada. Para isso necessitava-se da colaboração desses dois técnicos na instalação de um radioamador naquele local, em caráter de urgência, visto que qualquer mensagem a ser transmitida, durante a execução da obra, exigiria recorrer à cidade mais próxima, Luziânia, mesmo assim em condições precárias e com resultados bastante demorados e, às vezes, sem sucesso.
Naquela época, Luziânia era uma cidade bem pequena, de poucos recursos e de difícil acesso, como a maioria das localidades do interior de Goiás. Godô e Hélio prontificaram-se a atender rapidamente aquela incumbência.5
Conforme depoimento a mim concedido pelo Sr. Hélio Borges em junho de 2007, na noite do dia seguinte (domingo, dia 21 de outubro), saíram de Araxá para Brasília em uma caminhonete Chevrolet ano 1928. Levaram um rádio transmissor-receptor e demais acessórios e equipamentos. Tudo de propriedade do Sr. Hélio, inclusive a caminhonete.6
Vale lembrar que os técnicos em radioamador, Sr. Gofredo Giovanni Stefani (o seu nome verdadeiro é Gofredo e não Godofredo), conhecido por Godô, e Sr. Hélio Augusto Borges foram os pioneiros na implantação da televisão em Araxá. A mulher do Godô, Sra. Carmem França Stefani, mora atualmente na rua Mariano de Ávila, nº. 20, em Araxá. O Sr. Hélio é proprietário da Oficina Eletrônica Hélio Borges, situada na rua Mariano de Ávila, nº. 116. Ele é casado com a Sra. Thereza Alves Borges, com residência na rua Cônego Cassiano, nº. 319.
Quanto às participações do empresário Juvelino Alves Bittencourt e de seu filho José Donaldo Bittencourt na construção do Catetinho, vejamos o depoimento deste último:

Depoimento
Cópia de original da carta do Sr. José Donaldo Bittencourt, endereçada ao autor, em 18 jul. 2007.
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2.4 Veículos e máquinas da FERTISA cedidos por empréstimo


Os veículos e as máquinas de propriedade da FERTISA que seguiram de Araxá para Brasília como empréstimo, bem como as respectivas datas de saída e de regresso, estão especificados em detalhes na relação a seguir:

Relação dos veículos

Cópia de original da relação dos veículos e máquinas da FERTISA que seguiram de Araxá para Brasília.
Observam-se as duas primeiras assinaturas de Jarbas Moreno (Almoxarife) e Ivan Carvalho do Amaral (Engenheiro residente). Na nota de rodapé, vêem-se anotações e rubricas de Ahilton Guimarães (Auxiliar de escritório).
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Acervo particular de Ahilton Guimarães.


Além dos funcionários, os caminhões transportaram um farto material de construção incluindo tábuas, portas, vigotas, caibros, telhas, cimento, material hidráulico e elétrico, tambores vazios para colocação de água durante a construção e outros com gasolina e óleo diesel para reabastecimento no local da obra, ferragens, ferramentas, máquinas pesadas de terraplenagem (trator e patrol), peças para veículos e trator, utensílios de cozinha, camas e roupas, medicamentos e gêneros alimentícios.

Equipamentos da FERTISA
VeículosMáquinas
EspecificaçãoAnoEspecificaçãoTipo
Dois caminhões NASH1954Um trator CATERPILLARD-7
Um caminhão CITRÖEN*1951Uma patrol motoniveladora CATERPILLAR12
Um caminhão FORD F-3501955Uma betoneira RICHIERfrancesa
Uma caminhonete DODGE1953Um aparelho de solda MACANoxigênio
Uma caminhonete CHEVROLET1954Uma máquina de escrever REMINGTON RANDmanual
Um jipe WILLYS**1954----

* Na viagem de volta, o caminhão CITROËN saiu de Brasília no dia 13 de novembro de 1956 e só chegou a Araxá no dia 10 de dezembro de 1957. O motivo desse atraso foi devido ao fato de a carcaça e as engrenagens da caixa de câmbio desse veículo terem sido quebradas, próximo à cidade de Vianópolis, em Goiás. O caminhão permaneceu guardado em uma garagem nessa cidade por mais de um ano, até o seu conserto.
** O jipe WILLYS não consta no original da relação da FERTISA. Ele veio de Belo Horizonte e integrou-se ao comboio que saiu de Araxá rumo a Brasília.

(Nota: Além desses veículos, seguiram também para Brasília mais quatro caminhões contratados em Araxá, descritos no item adiante.)



2.5 Carreteiros autônomos contratados em Araxá


Considerando a grande quantidade de materiais de construção a ser transportada e a necessidade de levar, ainda, um trator e uma patrol motoniveladora (máquinas emprestadas pela FERTISA), recorreu-se ao serviço de transportadores particulares, através de carreteiros autônomos, contratados em Araxá. Esses carreteiros foram dirigindo seus próprios caminhões incorporando-se ao comboio, a saber:

Nomes dos motoristas
Proprietários
Carga transportada
José Esteves Pires (Zé Pires)caibros de madeira
Lázaro Ribeiro da Silva (Lazim da Silva)cimento
Orlando Simões Resendemateriais diversos de construção
Pompílio Resendemáquinas pesadas, patrol e trator


O Sr. José Esteves Pires, mais conhecido por Zé Pires, além de comerciante, atuou também nas áreas esportiva e social, em Araxá, onde deixou uma enorme descendência. Sua dedicada mulher, Maria José Verçosa Pires, D. Zezé, reside na rua Calimério Guimarães, nº. 221.
O Sr. Lázaro Ribeiro da Silva, conhecido por Lazim da Silva, era proprietário de uma oficina de carpintaria, marcenaria e engenho de serra de madeira, localizada no bairro São Cristóvão, na rua que hoje leva o seu nome. Foi casado com a prendada Sra. Flávia Maria da Silva, mais conhecida por D. Flavinha.
O Sr. Orlando Simões Resende foi casado com a Sra. Maria Bittar Resende, ambos de tradicionais famílias araxaenses. Era filho dos fazendeiros Sr. Izoldino Simões Resende e D. Carmelina Ribeiro de Souza Resende, proprietários da antiga Fazenda Pão de Açúcar, próxima ao atual bairro do mesmo nome, em Araxá. O Sr. Orlando foi sócio da antiga firma Só Materiais de Construção Ltda. (SOMACO).
O Sr. Pompílio Resende foi casado com a Sra. Geny França Resende, irmã da mulher de Juvelino Alves Bittencourt, este último, empresário no ramo de madeiras. Vejamos parte do que diz o Sr. José Donaldo Bittencourt, ao narrar sua chegada a Brasília, juntamente com seu pai, Sr. Juvelino, onde se integraram aos demais araxaenses na construção do Catetinho:


"(...) Lá também encontramos m/Tio Pompílio Resende que na época tinha uma empresa de transportes (Transportadora Progresso)
sediada em Araxá, com transporte para São Paulo e outras Capitais e que logo depois, em companhia de s/ mano Antônio Resende, também Araxaense, fundaram uma nova empresa de transporte de nome 'TRANSCAPI', transportando por longo tempo materiais de construção para a Nova Capital.
Em tempo: – m/ Tio Pompílio Resende já é falecido e sua esposa Geny Resende ainda reside aqui em Araxá, à rua Pe. Antônio Marcigáglia, nº 20 e seus dois filhos em B. Horizonte."7



2.6 A viagem de ida


As recomendações dadas pelo Dr. Roberto Penna eram para que os funcionários da FERTISA estivessem, o mais rápido possível, no local onde seria construído o "Palácio de Tábuas". Os integrantes da caravana deveriam chegar todos juntos à cidade de Luziânia, onde fariam uma parada, obedecendo a um roteiro pré-estabelecido e daí em diante seguiriam até a Fazenda do Gama, lugar em que seria executada a obra, ponto final da viagem. Todos eles sabiam, de antemão, que a viagem seria bastante desconfortável, uma vez que poucas pessoas poderiam se acomodar nas "boléias" dos caminhões e nas cabines das caminhonetes. A maioria dos funcionários viajou nas carrocerias, em cima das cargas, protegidos por lonas.
A viagem foi muito penosa e cansativa, com fortes chuvas pelas precárias estradas de terra, provocando seguidos atoleiros. O roteiro8 obedeceu o esquema a seguir:
Para facilitar a saída de Araxá, a caravana foi dividida em dois grupos. O primeiro compôs-se de vinte funcionários da FERTISA, entre pedreiros, carpinteiros, trabalhadores braçais, motoristas, tratoristas, escavadeirista, lubrificador, mecânico, ajudante de oficina, pintor e mais bombeiros-encanadores contratados. Eles reuniram-se na praça Coronel Adolfo, em frente à antiga estação rodoviária, juntamente com a frota dos caminhões. Por volta das 17h do dia 19 de outubro de 1956, numa sexta-feira, o comboio saiu de Araxá, viajando noite e dia, coordenado pelo mestre-de-obras, Sr. Paulo Müller. Nesse mesmo dia, partiram, também, os carreteiros autônomos.
O outro grupo partiu na madrugada do dia seguinte, sábado. Era formado por mais sete funcionários da FERTISA: o engenheiro Roberto Penna, um fiscal de obras, um zelador de imóveis, um topógrafo e seu ajudante, um desenhista, um motorista e, também, o aviador Agostinho Montandon. Saíram de Araxá sob a direção do engenheiro. A viagem foi feita em duas caminhonetes e um jipe, juntando-se ao comboio no meio do caminho. Daí pra frente, seguiram sob o comando geral do Dr. Roberto.
Neste segundo dia de viagem houve uma parada do comboio na cidade de Uberlândia, enquanto se aguardava a chegada do caminhão que teve um defeito mecânico no meio do caminho e que era dirigido pelo Lazim da Silva. "Daí a pouco chega o Dr. Roberto Penna e, fazendo graça, vai logo perguntando aos motoristas: Por que estão parados? Parece que as rodas dos caminhões de vocês são quadradas!"9 Ao ser informado sobre o motivo dessa parada, na mesma hora o Dr. Roberto ajudou nas providências para o conserto do caminhão e a viagem prosseguiu passando pelas cidades de Monte Alegre e Centralina, ambas no estado de Minas Gerais.
A entrada no estado de Goiás foi feita pela cidade de Itumbiara, na divisa dos dois estados. A viagem prosseguiu passando pelas cidades de Morrinhos e Goiânia, chegando a Anápolis, onde o pessoal pernoitou, por volta das 20h do dia 20, sábado.
A saída de Anápolis ocorreu na madrugada do dia seguinte. No trecho mal conservado entre Anápolis e Luziânia, o caminhão dirigido por Lazim da Silva novamente apresentou defeito mecânico. Dessa vez, o semi-eixo da roda quebrou impedindo a passagem dos outros veículos. Para desobstruir a pista foi necessário deslocá-lo para um dos lados da estrada, com muita dificuldade. Para facilitar, foi necessário tirar um pouco da carga (cimento) e, com o uso da força física do pessoal que acompanhava a caravana, o caminhão foi afastado do leito da estrada. Só assim, foi possível a passagem do restante da frota, tudo isso sob fortes chuvas e muita lama.
Imediatamente, uma das caminhonetes volta a Anápolis e traz uma peça nova. Depois de feita a substituição, o veículo seguiu sua viagem. A chegada do último caminhão a Luziânia se deu por volta das 11h. Houve, então, uma parada para almoço e descanso. Novas instruções para a chegada ao ponto final foram transmitidas.
Por volta das 16h o comboio deslocou-se de Luziânia e, pouco à frente, pela estrada em direção à Formosa, adentrou por um trecho precário. Parecia uma trilha feita pelos pneus de veículos que por ali transitaram anteriormente. Chovia bastante e era um suplício desatolar os caminhões em meio a tanta lama. Finalmente, chegou-se à sede da antiga Fazenda do Gama, no início da noite de domingo, dia 21 de outubro de 1956. Após o jantar, a maior parte do pessoal pernoitou nos caminhões e caminhonetes, protegidos por lonas. O restante acomodou-se na casa da fazenda, ainda ocupada por um casal.


"Arnaldo e Zenaide, o casal morador na casa-antiga da Fazenda do Gama,
cuja desapropriação já havia ocorrido, cedem-na ao grupo e mudam-se para uma outra casa numa fazenda próxima, mediante o acordo de uma compensação financeira. O grupo passa a morar naquela casa."10



Mapa
Representação meramente ilustrativa do itinerário percorrido pelos funcionários da FERTISA,
rumo ao local da construção do Catetinho.
Clique na imagem para ampliar.
Mapa adaptado pelo autor.



Fazenda do Gama
Fazenda do Gama adaptada para moradia dos primeiros pioneiros de Brasília.
Imagem disponível em:
http://web.brasiliapoetica.blog.br/site/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=8&Itemid=28&limit=105&limitstart=105.
Acesso: 15 jan. 2008. Arquivo Público do DF.



"Até então o local, onde iria ser Brasília, não passava de um carrascal, coberto apenas pela vegetação característica dos chapadões.
O único testemunho da passagem do homem por ali era um pardieiro, pomposamente denominado 'Fazenda do Gama', uma casa de telhado baixo, com um cercado no fundo, no qual viviam confinados uns vinte bois e uns três leitões."11


Esses pioneiros, vindos de Araxá, chegaram a Brasília em primeira hora, num local ermo. Para eles tudo era desconhecido e apontava para uma grande aventura com ares de constantes desafios. Ali, nada existia, a não ser a velha sede daquela fazenda, rodeada por um formidável chapadão com suaves ondulações, a perder de vista, onde predominavam árvores de troncos e galhos retorcidos, características do cerrado. O terreno era constituído de uma natureza hostil e infestado de cobras, notadamente, cascavéis. No entanto, nessa região o sol nascia raso, na cor de ouro. À tarde, descortinava-se um belo cenário ornado por um lindo pôr-do-sol. Durante a noite, as estrelas que formam a constelação do Cruzeiro do Sul pareciam indicar que ali era realmente o coração da Terra de Santa Cruz.


"Essa viagem fez lembrar, de alguma forma, uma das famosas entradas dos bandeirantes no século
XVIII. Não existiam estradas, nem pontes sobre osrios, nem ao menosum trilho contínuo que indicasse a direção a ser seguida."12



Pioneiros da primeira obra de Brasília
Pioneiros da primeira obra de Brasília, o Catetinho. Em pé, no chão, ao lado do caminhão CITROËN, da esquerda para a direita, vêem-se: parte do corpo do Sr. Eduardo de Campos Montandon, o Duca (e seu cachorro perdigueiro); José Juvêncio, o Marcha-ré (de chapéu e macacão escuro); Ramiro Moreira (de paletó com as mãos para trás); não identificado (com a mão esquerda no bolso); Rubens de Lucca (aparece só o seu rosto, atrás da pessoa não identificada); Paulo Müller; dois funcionários não identificados (ambos estão atrás do Sr. Paulo Müller, posicionados ao lado da cabine do caminhão, um deles está de chapéu); não identificado (de braços cruzados); João Fausto Filho, o Joca; Dr. Roberto Penna (de chapéu); não identificado; Alberto Radespiel; Antônio Jacinto Duarte (com os braços cruzados); Benedito Martins 2º (de macacão escuro e "kep" ou "chapéu de guarda"); não identificado (de chapéu) e o último, não identificado. Em pé, em cima da carroceria do caminhão, da esquerda para a direita, vêem-se: Abrão Vaz da Silva (de paletó); Francisco Batista da Costa, o Ipi, (com o pé apoiado na carroceria do caminhão); Miguel Pereira da Cunha, o Miguilim (de chapéu); Sirilo Machado (em pé em cima da borda da carroceria do caminhão); não identificado; Dimas Mário (de chapéu) e o último, não identificado. Clique na imagem para ampliar. (Identificação feita pelo autor).13



"Enquanto Roberto Penna chega à região do Planalto Goiano, os seus demais amigos se deslocam do Rio.
Depois de pernoitarem em Belo Horizonte, viajam domingo dia 21, para Luziânia, em dois teco-tecos.
E, de Luziânia seguem, em dois jipes, pela estrada Luziânia-Formosa, ao encontro de Roberto Penna e seu pessoal. Uma Caravana formada por Milton e César Prates, Juca Chaves, Dilermando Reis e Emydio Rocha.
Osório Reis, o garçom, do Juca’s Bar que assistira à primeira conversa sobre a 'casa presidencial' e amigo do grupo, também integra a caravana. Juca Chaves trouxera, consigo, um eletricista de sua firma construtora.
Assim, no final da manhã, depois de três horas de viagem, a caravana se encontra, na Fazenda do Gama, com Roberto Penna."14




2.7 A construção do Catetinho


A desocupação da casa da Fazenda do Gama ocorreu no dia seguinte à chegada do pessoal, permitindo que mais pessoas nela se alojassem. O restante continuou em barracas de lona, armadas no seu entorno. Já bem cedo, neste mesmo dia, nas proximidades da referida casa, foi roçada uma faixa de terra e feita a limpeza de uma área ao lado de uma densa mata de onde brotavam lindos olhos d’água cristalina. Logo em seguida, foram fincadas as estacas de marcação, dando início à construção da primeira obra edificada em Brasília. Era uma segunda-feira, dia 22 de outubro de 1956. Essa mata facilitou, ainda, a obtenção de alguma madeira para a obra.

Olho d'água
Placa indicativa da nascente de água na mata próxima à Fazenda do Gama.
Fotografia: Espedita de Oliveira Guimarães. 11/10/07.
Acervo particular de Ahilton Guimarães.



Lago
Pequeno lago junto à nascente de água, próxima ao Catetinho.
Fotografia: Espedita de Oliveira Guimarães. 11/10/07.
Acervo particular de Ahilton Guimarães.



Início da construção
Início da construção do Catetinho. Vêem-se, à esquerda, a betoneira levada de Araxá, fabricando concreto e, à direita, ao fundo, o trator também trazido da FERTISA, sendo descarregado da carreta. (Legenda do autor).
Imagem disponível em: http://web.brasiliapoetica.blog.br/site/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=8&Itemid=28&limit=105&limitstart=105.
Acesso: 15 jan. 2008. Arquivo Público do DF.



Operário
Operário fabricando concreto para a construção do Catetinho. (Legenda do autor).
Imagem disponível em: http://web.brasiliapoetica.blog.br/site/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=8&Itemid=28&limit=105&limitstart=105.
Acesso: 15 jan. 2008. Arquivo Público do DF.


À noite, um pequeno gerador movido por um motor estacionário, a gasolina, produziu luz pela primeira vez na região. Hélio Borges relata com muito orgulho que, naquela mesma noite (22 de outubro de 1956), ele e Godô colocaram no ar a estação prefixo PY4VA, de sua propriedade. A proeza permitiu falar pela primeira vez, do local da obra, com Araxá e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Anápolis e Goiânia, em Goiás e Rio de Janeiro, causando uma vibração geral dos presentes por mais esta marca histórica.


"O Planalto Central deixara de ser o grande mudo."15



Tambores
Árvore amparando os tambores que serviram de reservatório de água para abastecer o Catetinho.
Fotografia: Espedita de Oliveira Guimarães. 11/10/07.
Acervo particular de Ahilton Guimarães.


Daí em diante, comunicações constantes foram mantidas com o Palácio do Catete. Dr. Roberto Penna falou diversas vezes com o presidente Juscelino no Rio de Janeiro. Hélio conserva esse rádio até hoje em sua oficina já que, além de constituir uma peça histórica, representa um símbolo da participação desses técnicos e demais pioneiros araxaenses na construção do Catetinho.16
Para facilitar a preparação da madeira, foi instalada uma serra circular numa banca de carpinteiro, acionada pelo motor do jipe, através de um eixo adaptado a esse veículo. No alto de uma árvore, foram colocados cerca de oito a dez tambores, interligados entre si, servindo como reservatório de água, bombeada da nascente próxima, para abastecimento do Catetinho. A outra árvore, ao lado, serviu de escada para acesso e inspeção dos tambores. Os serviços seguiam num ritmo bastante intenso e cansativo. No entanto, o "clima" entre os trabalhadores era de muito entusiasmo, influenciado pelo "chefe amigo e brincalhão", Dr. Roberto Penna, que os encorajava e estimulava o tempo todo.
A jornada de trabalho começava bem cedo, por volta das 5h, e terminava entre 22 e 23h. Em alguns dias, estendia-se até meia-noite ou 1h da madrugada. A chuva não impedia os trabalhos de construção e os operários recorriam à "pinga" para "esquentar o corpo e evitar resfriados". A refeição básica no canteiro de obras era composta de arroz, feijão e carne seca, mas o caçador Eduardo de Campos Montandon, o Duca, araxaense, cuidava logo de caçar perdizes e codornas, o que muito melhorava a alimentação.
Por volta do segundo dia, Bernardo Sayão visitou o local de trabalho. Daí em diante, sua presença era quase diária, passando a trazer alguns materiais e gêneros alimentícios e, até mesmo, cerveja, contribuindo para enriquecer o cardápio. Sayão utilizava-se de um teco-teco, através de uma pista de pouso ao lado da Fazenda do Gama.

Grupo de amigos
Dr. Roberto Penna (segurando o chapéu) com um grupo de amigos de JK, idealizadores do Catetinho, entre eles, ao fundo, Oscar Niemeyer.
Do lado esquerdo, vê-se a caminhonete DODGE da FERTISA, levada de Araxá.
Do lado direito vê-se um pedreiro rebocando uma das paredes de alvenaria da cozinha.
Imagem pertencente ao Acervo do Museu do Catetinho.
Fotografia: Espedita de Oliveira Guimarães. 11/10/07.
Acervo particular de Ahilton Guimarães.




César Prates
Catetinho. César Prates pintando, 1956.

Finalmente, no dia 31 de outubro de 1956, depois de dez dias de muito trabalho e esforço, a tarefa estava cumprida e o "Palácio de Tábuas" ficou pronto para ser habitado.

Catetinho
Vista do Catetinho ao final das obras de construção.
Imagem disponível em: http://www.vitruvius.com.br/entrevista/couto/couto_2.asp.
Acesso: 15 jan 2008. Arquivo Público do DF.




"01 de Novembro de 1956:
O grupo de amigos do Presidente pode comemorar a conclusão da obra, como programado.
O 'Palácio de Tábuas' está pronto para ser habitado, inclusive com instalação de água quente e fria,
instalação elétrica e sanitária, fogão à lenha. Engenheiros e operários se reúnem para um churrasco de confraternização.
Todos já têm conhecimento que o Presidente não poderá estar presente na data marcada para a inauguração,
que foi remarcada para o dia 10 de novembro.
Neste dia de festa e satisfação Dilermando Reis sugere que o 'Palácio de Tábuas' receba o nome de Catetinho,
em alusão ao Palácio do Catete, sede do Governo no Rio de Janeiro. O Catetinho recebeu mais de 300 pessoas,
vindas de várias cidades de Goiás, Minas Gerais e Bahia."17




2.8 Ampliação da pista do "campo de pouso" do Catetinho


Coube, também, aos funcionários da FERTISA a execução da ampliação e o melhoramento da pista de um "campo de pouso", próximo ao Catetinho. Essa pista tinha sido aberta no cerrado por Bernardo Sayão, vice-governador de Goiás e diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP).



2.9 A volta do pessoal para Araxá


A maior parte dos operários regressou a Araxá tão logo foi finalizada a construção do Catetinho, aqui chegando no dia 5 de novembro de 1956, conforme mostram as relações do item 2.2. Entretanto, dois pedreiros (Izaurino e Domingos) e um servente (José Pedro) permaneceram em Brasília até meados da segunda quinzena de novembro para fazerem alguns remates na obra.
O mecânico Rubens de Lucca e o escavadeirista José Juvêncio (o Marcha-ré) só voltaram em meados da segunda quinzena de novembro e primeira quinzena de dezembro, respectivamente. Deram continuidade à execução dos serviços de ampliação na pista do "campo de pouso" por mais alguns dias.
O último funcionário a retornar foi o lubrificador e tratorista, Sr. Tobias Juvêncio da Silva (irmão do Marcha-ré). Ele só chegou a Araxá no dia 20 de dezembro de 1956, tendo permanecido em Brasília por quase dois meses. Além de trabalhar na ampliação do "campo de pouso", fez também a abertura de algumas estradas e realizou melhoramentos em outras.



2.10 Primeiros pioneiros de Brasília que residem atualmente em Araxá


É oportuno registrar que cinco dos primeiros pioneiros de Brasília, que construíram o Catetinho, residem atualmente em Araxá. São eles:

Nome
Atividade anterior
Profissão
Endereço atual
Ex-funcionários da FERTISA (mecânicos)
Rubens de LuccaAposentado
Rua Costa Senna, 205
Josué Ferreira da SilvaAposentado
Rua Dr. Lopes Chaves, 49
Técnico em Rádio Amador
Hélio Augusto BorgesEmpresário
Rua Cônego Cassiano, 319
Empresário (ramo de madeiras)
José Donaldo BittencourtEmpresário
Rua Nossa Senhora da Conceição, 323
Ex-funcionário de Pedro Costa (oficina de encanamento)
Miguel Pereira da Cunha MiguilimAposentado
Rua Waldir Fonseca, 108






______________________________
1 Ivan Carvalho Amaral, engenheiro civil, era carioca. Foi casado com D. Tilma e tinha três filhos: Antônio (Toninho), Oswaldo (Dinho) e Eloísa. Um profissional bastante capacitado, técnica e administrativamente, possuidor de uma organização irretocável. Era considerado um "professor" por todos aqueles que com ele trabalharam, dada a sua vivência e experiência na área de construção civil. Morou em Araxá de 1954 a 1959, quando foi substituído pelo engenheiro João Carlos Costa, a quem coube executar o término das obras e a montagem do equipamento industrial da citada fábrica, inaugurada em 1960.
2 O relacionamento do Dr. Roberto Penna com a cidade de Araxá, onde conquistou um grande número de amigos, era bastante antigo. Como profissional, era competente, ousado e prestativo. Dotado de um espírito alegre e expansivo, ele ainda era um excelente contador de "causus", no melhor estilo boêmio. Na década de 1940, trabalhou nas obras de construção do Grande Hotel do Barreiro e das Termas, como engenheiro de uma das firmas empreiteiras, a Alfredo Carneiro Santiago (ALCASAN), de Belo Horizonte. Depois de sua saída da FERTISA, atuou também como engenheiro da 7ª Residência Regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), sediada em Araxá.
3 Depoimento oral do Sr. Heitor Montandon, filho de Agostinho Montandon, concedido ao autor, em jun. 2000.
4 VASCONCELOS, José Adirson de. A epopéia da construção de Brasília. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1989. p.97.
5 Depoimento oral do Sr. Hélio Augusto Borges, concedido ao autor, em jun. 2000.
6 Idem, em jun. 2007.
7 Trecho da carta do Sr. José Donaldo Bittencourt, endereçada ao autor, em 18 jul. 2007.
8 O itinerário e os detalhes dos acontecimentos durante a viagem foram relatados, oralmente, ao autor, pelos Srs. Josué Ferreira da Silva e Rubens de Lucca, ambos funcionários da FERTISA e, também, pelo radioamador Sr. Hélio Augusto Borges, em junho de 2000.
9 Depoimento oral do Sr. Josué Ferreira da Silva, concedido ao autor, em 01 jul. 2007.
10 VASCONCELOS, José Adirson de. Op. cit. p.66.
11 OLIVEIRA, Juscelino Kubitschek de. 50 anos em 5: meu caminho para Brasília. v.3. Rio de Janeiro: Bloch Editores S.A., 1978. p.85
12 Idem. p.87.
13 VASCONCELOS, José Adirson de. Op. cit. p.58. Esta mesma imagem pode ser encontrada no recorte do jornal Estado de Minas, sem data (Anexo III).
14 Idem. Op. cit. p.65.
15 OLIVEIRA, Juscelino Kubitschek de. p.87.
16 Depoimento oral do Sr. Hélio Augusto Borges, concedido ao autor, em jun. 2000.
17 CATETINHO: DADOS HISTÓRICOS. A CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA. Transcrito da edição “Brasília Coração Brasileiro”, editado pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal. p.14-15.
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